As Três Revelações
2.1 - Introdução
Revelar, do latim “revelare”, significa, literalmente, sair sob o véu, e, figuradamente, des-cobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida.
A característica essencial de qualquer revelação tem de ser a verdade. Revelar o segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por conseqüência, não existe reve-lação.
No sentido especial da fé religiosa, a revelação se refere, mais particularmente, das coisas espirituais que o homem não pode descobrir por meio da inteligência, nem com o auxílio dos sentidos, e cujo conhecimento lhe dá Deus através de Seus mensageiros, quer por meio da palavra direta, quer pela inspiração. Neste caso, a revelação é sempre feita a homens predis-postos, designados sob o nome de profetas ou messias.
Todas as religiões tiveram seus reveladores, e estes, embora longe estivessem de conhe-cer toda a verdade, tinham uma razão de ser providencial, porque eram apropriados ao tempo e ao meio em que viviam, ao caráter particular dos povos a quem falavam, e aos quais, eram relativamente superiores.
Allan Kardec, em A Gênese, cap. I, assevera que três foram as grandes revelações da Lei de Deus: a primeira representada por Moisés, a segunda por Jesus e a terceira e última revela-ção pelo Espiritismo.
Em O Consolador, o benfeitor Emmanuel tange ao tema da seguinte forma:
“Até agora a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspec-tos essenciais: Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor e o Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade.”
2.2 - Primeira Revelação: Moisés
Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único e soberano Se-nhor e orientador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa primitiva fé, purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra.
Examinando o missionário, Emmanuel assim se refere:
“Moisés trazia consigo as mais elevadas faculdades mediúnicas, apesar de suas ca-racterísticas de legislador humano. É inconcebível que o grande missionário dos judeus e da Humanidade pudesse ouvir o espírito de Deus. Estais, porém habilitados a com-preender que a Lei, ou a base da Lei (os Dez Mandamentos), foi-lhe ditada pelos emis-sários de Jesus.
Examinando-se os seus atos enérgicos de homem, há a considerar as característi-cas da época em que se verificou sua grande tarefa. Com expressões diversas, o grande enviado não poderia dar conta exata de suas preciosas obrigações, em face da Humani-dade ignorante e materialista.”
2.2.1 - A Lei Mosaica
Há duas partes distintas na lei mosaica: a lei de Deus, promulgada sobre o Monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida pelo próprio Moisés. Uma é invariável; a outra é apro-priada aos costumes e ao caráter do povo e se modifica com o tempo.
A primeira, é lei de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, um ca-ráter divino. A segunda, foi criada pelo missionário para manter o temor de um povo natural-mente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater abusos arraigados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito.
André Luiz, referindo-se a parte divina da Lei Mosaica, diz:
“Os Dez Mandamentos recebidos mediunicamente pelo profeta, brilham ainda ho-je por alicerce de luz na edificação do Direito, dentro da ordem social.”
Quadro 1 - O Decálogo
1. Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no Céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa que haja nas águas, debaixo na terra. Não an-darás, nem lhes darás culto.
2. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
3. Lembra-te de santificar o dia de sábado.
4. Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a Terra.
5. Não matarás.
6. Não cometerás adultério.
7. Não furtarás.
8. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
9. Não desejarás a mulher do próximo.
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença.
Fonte: [ESE - cap. I]
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