O BOM PASTOR

O BOM PASTOR
“Eu sou o Bom Pastor.. O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas”.

domingo, 20 de junho de 2010

A QUESTÃO DO SÁBADO


Mat. 12:1-8
1. Naquela ocasião, num sábado,passou Jesus pelas
searas; e tendo fome, seusdiscípulos começaram a
colher espigas e a comer.
2. Vendo isto os fariseus disseram-lhe: "Teus discípulos
estão fazendo o que não é lícito aos sábados”.
3. Mas ele disse-lhes: "não lestes o que fez Davi, quando
ele e seus companheiros tiveram fome?
4. como entrou na casa de Deus e comeram os pães da
"proposição", que não lhe era lícito comer, nem a seus
companheiros, mas somente aos sacerdotes?
5. ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no
templo violam o sábado e ficam sem culpa?
6. Digo-vos, porém: aqui está o que é maior que o templo.
7. Mas se tivésseis sabido o que significa "misericórdia
quero e não um sacrifício", não teríeis condenado os
inocentes,
8. porque o Filho do Homem
é senhor do sábado".
Marc. 2:23-28
23. E aconteceu que caminhando Jesus pelas searas
num sábado, seus discípulos ao passarem, começaram
a colher espigas.
24. E os fariseus lhe perguntaram:
"olha, por que fazem e1es no Sábado o que não é lícito”?
25. Respondeu-lhes ele: “Nunca lestes o que fez Davi,
quando teve necessidade e fome, ele e seus companheiros?
26. Como entrou na casa de Deus, sendo Abiatar sumo sacerdote,
e comeu os pães "proposição", os quais só
aos sacerdotes era lícito comer, e ainda os deu a
seus companheiros”?
27. E acrescentou: “o Sábado foi feito por causa não do
homem, e não o homem por causa do Sábado;
28. assim o Filho do Homem é senhor também do Sábado”.
Luc. 6:1-5
1. Aconteceu num sábado passar Jesus pelas searas e
seus discípulos colhiam espigas e debulhando-as com
as mãos, as comiam.
2. Perguntaram alguns dos fariseus: "por que fazeis o
que não é lícito nos sábados"?
3. Respondeu-lhes Jesus: "Nem ao menos lestes o que
fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros?
4. como entrou de Deus, tomou e comeu os pães da
"proposição", que somente aos sacerdotes era lícito
comer, e os deu também aos que com ele estavam?
5. E acrescentou: "O Filho do Homem é senhor também
do sábado

O fato de poder "respigar" (colher espigas já maduras), assegura-nos que estamos no início do verão (segunda quinzena de maio; nesse ano, podia tratar-se do dia 22 de maio, que caiu num sábado). Jesus atravessava um campo de trigo com seus discípulos, e eles tinham fome.
Era permitido pela lei mosaica (Deut. 23:26) que o viandante que atravessasse um campo cultivado, e tivesse fome, pudesse colher de seus frutos para alimentar-se. Mas acontece que estávamos num sábado, e nesse dia era proibido "ceifar" (Êx. 34:21). Ora, para o rigorismo exagerado dos fariseus, "respigar" e "ceifar" não se distinguiam ...
Traz Jesus à balha o exemplo de Davi e de seus companheiros, quando fugiam da perseguição de Saul(1 Sam. 21:1-6), e chegando a Nob, onde se achava o sumo sacerdote Achimelec, comeram os pães da "proposição". Assim eram chamados os 12 pães que, cada Sábado, eram colocados em duas pilhas de seis, sobre uma mesa (ou altar) de ouro (3.º Reis.7:48), e só dali eram retirados no sábado seguinte.
Desses pães, após terem sido retirados "da presença de YHWH", somente os sacerdotes podiam comer(Lev. 24: 5-9).
Note-se que, em Marcos, Jesus fala do sumo-sacerdote Abiathar, quando na realidade não o era ainda.
Os fatos passaram-se assim: fugia Davi, quando passou rela casa de Achimelech e pediu pão para si e para seus companheiros. Não os tendo em casa, Achimelech levou a todos ao santuário de YHWH,apanhou os pães da proposição e deu-os. Pouco após, denunciado pelo edomita Doeg, Saul mandou assassiná-lo e a toda a sua família ( 1 Sam. 22:6-23), por terem dado hospitalidade a Davi. Mas o filho de Achimelech, de nome Abiathar, conseguiu escapar, reunindo-se ao bando fugitivo de Davi; este, ao
ser coroado rei de Israel, fê-lo sumo sacerdote, cargo que ocupou praticamente durante todo o reinado de Davi. Não se pode dizer que há erro de copista", porque todos os manuscritos e códices são unânimes em colocar Abiathar. Mas pode Ter havido um engano da parte do evangelista, que não era infalível. Com isso, Jesus demonstrava que a necessidade abolia o Sábado. Mas outro exemplo é trazido: os sacerdotes, no templo, não violam o sábado ao imolar as vítimas, porque o sacrifício ordenado pela Torah é superior à observância sabática.
Aparece então uma afirmativa solene: aqui está algo (no neutro) que é maior que o templo". Repete, então, a frase de Oséias (6:6) já anteriormente citada: a misericórdia é superior a um sacrifício, e termina com a assertiva: "o Filho do Homem é o senhor do Sábado, não só porque ele, Jesus, era o próprio YHWH que o havia instituído, como também porque todos os filhos dos homens são superiores
e senhores de quaisquer ordenações, quando estas vêm prejudicar suas necessidades vitais. Porque o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem feito por causa do sábado".
A lição anterior podia escandalizar muitos discípulos sinceros, embora de mentalidade estreita, que haviam seguido rigorosa e conscientemente os preceitos, que julgavam "divinos", de suas próprias igrejas (não só os discípulos daquela época, mas os de todos os tempos, inclusive os atuais, tenham que denominação tiverem: israelitas, muçulmanos, católicos - romanos ou reformados -, espíritas,
hindus, etc.) A este é dada outra lição sublime, simbolizada na crença mais firme e arraigada naquela população: o sábado.
Jesus ensina, claramente, que todo e qualquer preceito por mais "divino" que seja tido, é dado em benefício do homem. Logo, o homem é superior aos preceitos, sejam eles quais forem, e podem resolver, quando em união com Deus, o que melhor lhes convenha.
Logicamente está claro: quando a personalidade ainda domina, os preceitos lhe são dados para controlar os abusos: são os trilhos e os fios elétricos, aos quais se prende o trem. Mas quando a individualidade assume o comando, não mais necessita disso: é o avião, que tem para locomover-se a amplidão dos céus, só sendo obrigado a sujeitar-se às regras terrenas, quando está em contato próximo com a terra, com a personalidade.
O exemplo do que fez Davi é típico. Mas a frase do ensinamento esclarece melhor: o sábado (os preceitos religiosos) foi feito para (ajudar) o homem; e não absolutamente o homem foi feito por causa do sábado (dos preceitos); então, é certo: aqui está uma coisa (um ensinamento, pois em grego aparece o neutro) que é maior que o templo: um ensinamento que é superior a todas as igrejas.
Os exegetas interpretam que o neutro foi colocado para "não chocar, e que Jesus se dizia Deus, confessando-se maior que o templo. Mas teria Jesus esse escrúpulo ao falar, quando o masculino e o neutro tem a mesma pronúncia? Cremos que o sentido é mesmo o do neutro, que o evangelista entendeu e escreveu: "aqui está um ensinamento que é maior que qualquer templo" ou igreja. Muito maior é a misericórdia, a bondade, a caridade, o amor, do qualquer sacrifício que se realiza nos templos".
E por isso, "não deveis condenar inocentes". Aqueles que, no decorrer dos séculos, condenaram ao suplício, à fogueira, à morte moral e material tantos inocentes, faziam isso em nome de Jesus, para "dar-Lhe glória", julgando-se seus únicos discípulos legítimos ... Como é difícil, às personalidades vaidosas, penetrar o sentido exato dos ensinamentos de Jesus! Os judeus condenaram verbalmente os
discípulos de Jesus, e o Mestre imediatamente protestou; que terá Ele feito, quando Seus próprios discípulos (ou que "se diziam" tais), se esmeraram em condenar a sofrimentos indizíveis, durante séculos, tantos milhões de criaturas, cujo único "crime" era não pensar como eles?
O Filho do Homem (isto é, todo aquele que já vive na Individualidade, mesmo como encarnado na Terra) é o senhor do sábado. Quer dizer que, quem tenha conseguido viver na Consciência Cósmica, na perfeita união com o CRISTO INTERNO, esse é senhor de qualquer de seus atos, superior aos preceitos, por mais importantes que pareçam às pequenas personalidades temporárias e ignorantes dos mistérios profundos das riquezas da sabedoria e da ciência de Deus (cfr. Rom. 11:33)

CARLOS TORRES PASTORINO - SABEDORIA DO EVANGELHO II

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