O BOM PASTOR

O BOM PASTOR
“Eu sou o Bom Pastor.. O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas”.

quarta-feira, 28 de março de 2012

O Vírus Sob a Ótica Espírita

"Infecções surgem como fenômenos secundários, porque já existem as zonas de predisposição à doença por falta de interação equilibrada entre o corpo espiritual e o físico" (Marlene Nobre). Segundo a ótica espírita, quando analisamos as infecções e as predisposições mórbidas, sejam elas quais forem, é preciso buscar na alma as raízes das doenças. Marlene Nobre, presidente das Associações Médico-Espíritas do Brasil e Internacional, explica porque a falta de interação equilibrada entre o corpo espiritual e o físico pode causar certas doenças. P. - Do ponto de vista espiritual, como interpretar os casos de morte por gripe suína? Marlene - As pessoas que desencarnam com a gripe suína estão passando por provas necessárias ao aperfeiçoamento de seus espíritos, da mesma forma que aqueles que são vitimados pela gripe comum. Devido a ações cometidas em vidas passadas, as pessoas renascem com a predisposição para determinadas doenças infecciosas, como, por exemplo, a causada por esse novo tipo de vírus. Por meio da doença, expiam as faltas cometidas, obedecendo à lei de causa e efeito. P. - Por que algumas pessoas são mais predispostas a determinadas infecções que outras? Marlene - Segundo a ótica espírita, quando analisamos as infecções e as predisposições mórbidas, sejam elas quais forem, é preciso buscar na alma as raízes das doenças. A mente humana, comandada pela alma, pode gerar tanto as forças equilibrantes e restauradoras para os trilhões de células do organismo físico quanto os raios magnéticos de alto poder destrutivo que as aniquilarão. E o desequilíbrio da mente resulta do complexo de culpa, que reponta naturalmente na consciência da pessoa toda vez que ela transgride a Lei Divina, que é Misericórdia e Amor. As forças mentais desequilibradas, por sua vez, lesam o perispírito ou corpo espiritual, em certas áreas, decretando a fragilidade do corpo físico em relação a certas infecções ou doenças. Assim, conforme sejam as disfunções do perispírito, determinadas zonas do organismo ficam mais vulneráveis, tornando-se passíveis de invasão microbiana. Desse modo, há pessoas que ficam propensas às mais diversas infecções, como é o caso da tuberculose, da hanseníase, da amebíase, da endocardite bacteriana, a da gripe suína, entre outras. Na verdade, essas infecções surgem como fenômenos secundários, porque já existem as zonas de predisposição à doença por falta de interação equilibrada entre o corpo espiritual e o físico. Assim, para a Medicina Espiritual, os germes patogênicos são uma ocorrência secundária. O verdadeiro desequilíbrio nasce na mente, porque, ao lesarmos os outros, lesamos primeiramente a nossa própria alma. Por meio da doença e do sofrimento, conseguimos o reajuste, porque expelimos os resíduos do mal que implantamos na vida ou no corpo dos nossos semelhantes. P. - Mesmo trazendo essa predisposição, a gente não pode se livrar da infecção? Marlene - É claro que pode. Como diz Emmanuel, é na alma que reside a fonte primária de todos os recursos medicamentosos definitivos. Tudo vai depender da atitude mental da pessoa em relação à doença. Ela não pode aceitar a própria decadência moral, para não acabar na posição de excelente incubadora de bactérias e sintomas mórbidos. Para recuperar-se, é preciso que se integre à corrente positiva da vida, cultivando a humildade e a paciência, o espírito de serviço e o devotamento ao bem. Somente assim assimilará as correntes benéficas do Amor Divino que circulam, incessantes, em favor de todas as criaturas. Como afirma o pneumologista Paulo Zimermann Teixeira, orientador do programa de Pós-Graduação em Ciências Pneumológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, "as doenças respiratórias ocorrem em perispíritos alterados que induzem o corpo físico a ficar suscetível aos diferentes agentes biológicos, físicos e químicos que, dependendo da capacidade de autodefesa ou auto-agressão, desenvolvem alguma doença respiratória. Caso haja retificação do pensamento, o caráter evolutivo se modifica. Caso contrário, novas doenças ocorrerão nos reencarnes sucessivos, pois o perispírito permanece alterado". Marlene - Não se pode esquecer que somente o bem constante gera o bem constante. Quer dizer, somente o amparo aos outros cria amparo a nós próprios. No futuro, além de vacinas e medicamentos, teremos o apoio efetivo à mente humana, para que consiga superar, através do trabalho construtivo, o próprio remorso. É imprescindível reconhecer que os princípios de Jesus devem ser seguidos, para afastar de vez animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza. Somente assim conquistaremos simplicidade e humildade, virtudes essenciais para alcançarmos a imunologia perfeita tanto para o corpo físico quanto para o espiritual. Entrevista com Marlene Nobre Presidente das Associações Médico-Espíritas do Brasil e Internacional

sábado, 3 de março de 2012

Desencarnes Coletivos - Parte II


REFORMADOR - FEVEREIRO de 1997


 Recentemente presenciamos o desencarne de milhares de humanos no conhecido tsunami, a onda gigante. Temos também visto acontecimentos onde um grande numero de pessoas desencarnam, e de novo vem a pergunta: mas porque isto? Quantas pessoas “inocentes” perdem a vida. Fatalidade? Qual a explicação? E porque algumas pessoas no local do acontecimento se salvam?
A doutrina espírita com coerência e bom senso nos explicam através dos mentores espirituais que diversas vezes foram questionados por Kardec e outros quanto a estes fatos. A doutrina explica muito mais profundamente e com lógica estas perguntas. Evidente que tudo é doloroso e difícil para aceitar.
Difícil ainda mesmo com todas as explicações dos mentores, entendermos a justiça divina que permite fatos como estes. Ainda é um mistério, mas vamos tentar colocarmos para um debate, algumas questões nos passada pelos espíritos.  Primeiro a frase: efeito e causa com certeza é o que se aplica a fatos, sejam felizes ou maléficos. No próprio Livro dos Espíritos, existe para leitura o item Flagelos Destruidores e deve ser lido para entendimento. Falamos sobre provas e expiações em estudos anteriores e saibamos amigos que ninguém escapa a lei divina do efeito e causa. Desencarne em massa normalmente são espíritos afins dentro de provas que num determinado momento são reunidos em uma determinada vida e juntos, resgatam provas coletivas. Antes de um exemplo sobre o caso, vamos recordar que da mesma maneira que existe a prova individual e a esta ninguém foge, existe também aquela chamada coletiva, ou seja, em família, ou num grupo, ou em uma cidade, um país. Quando uma grande coletividade junta pensa da mesma forma e se deixa levar e a partir disto, comete um grande mal, claro que juntos diante da justiça divina, um dia serão reunidos e poderão também coletivamente sofrer o resgate. Não podemos entender os mecanismos para isto mas a natureza divina é justa e cria estes mecanismos. Evidente que sendo prova coletiva jamais cada um ficará livre dos seus particulares. Vamos a uma explicação dada um dia e pelo espírito Humberto de Campos que falando e explicando o desastre que ocorreu no Brasil. No ano de 1961  em Niterói um circo pegou fogo e centenas de pessoas e crianças morreram sufocadas, queimadas e pisoteadas e diante disto o espírito de Humberto de Campo, questionado falou assim:



Disse ele que no ano de 177 em Lyon, armou-se um circo onde cristãos eram sacrificados apenas para prazeres dos governantes e povo da época que perseguiam e matavam quem fosse cristão e nesse local. Neste local mais de 20 mil pessoas já haviam sido mortas, mas num determinado dia haveria a visita de um alto governante e então se preparou uma enorme festa  e nesta festa devidamente preparada, seriam colocadas 1000 crianças e mulheres que seriam queimadas em plena arena. Queriam comemorar a visita de uma maneira diferente e então prepararam esta cena. Cavalos foram colocados também no circo arena, e material para pegar fogo, enfim na hora, todos foram mortos incendiados, ou pisoteados neste local e a multidão deliciava-se com a cena.
Humberto de Campos disse então após contar a causa que 18 séculos depois, os responsáveis foram reunidos novamente num circo e sofreram o resgate doloroso do fato. Através da reencarnação mais cedo ou mais tarde todos pagarão até o ultimo centavo a dívida. É a lei divina.
Algumas tragédias mereceram dos mentores explicações, dentre elas o Edifício Joelma também. Reunidos ali naquele dia desencarnaram almas que mantinham juntas graves delitos oriundos da Guerra das Cruzadas na idade média. E assim se explicam muitos dos desastres coletivos. Evidente que na parte material, existe a explicação para o fato, ou seja, aconteceu porque deu um defeito e pronto, o avião caiu, ou o circo pegou fogo, ou o terremoto provocou a onda etc., mas sabemos que não é simples assim, o porque dos fatos tem origem muito além disto. Para os entes queridos de quem parte desta maneira é complicado aceitar que foi devido a ocorrências terríveis cometidas lá atrás, mas quando se entende e estuda mais profundamente a doutrina, aceita-se e compreende-se estes fatos.
Tudo está nas penas futuras e na literatura espírita se encontram dados quanto a isto. O livre arbítrio permite que tenhamos bons ou maus momentos no nosso futuro e o espírito é livre para esta escolha. Pode continuar no mal o tempo que achar ou quiser, mas pode eliminar através do bem, suas provas e se livrar. Kardec fala que há 3 maneiras principais para isto: se arrepender, expiar e reparar.
Quando você se arrepende, solta as amarras e volta a esperança que abrirá caminho para a expiação, mas só depois dela quando você repara que se verá livre não mais tendo a causa em sua consciência pesando.
Vôo 447 – Air France Mais uma vez estamos diante de outra tragédia coletiva. Ficamos indignados como e por que acontecem se a tecnologia de materiais esta tão avançada? Por que alguns foram salvos como ocorreu com passageiros que atrasaram para o embarque, outro foi orientado pela sua mãe a embarcar em outro vôo em S.Paulo e não no Rio por precaução e intuição? As outras tragédias ainda estão em nossa memória como: Vôo da Gol com o Legacy no Mato Grosso em pleno ar, da TAM em Congonhas, incêndio do edifício Joelma em SP, as torres gêmeas do World Trade Center no terrível ataque de 11 de setembro e outras como acidentes de ônibus, trens, terremotos, inundações, tsunamis ou mesmo um automóvel com toda a família. Para a imensa maioria surge à revolta, o desespero a descrença. É dito que Deus condena, é vingativo, que não se importa com nós. Portanto a fé fica abalada frente a essas tragédias. É caro internauta..... “A cada um segundo suas obras”. O que Jesus quis dizer? Serão as leis divinas que regem questões ético-morais? De que forma essa justiça funciona? Bem... vamos por partes; é importante lembrar que a justiça dos homens esta atrelada a justiça humana com base nos códigos legais criados por nós aqui da Terra. Portanto diante deste vôo da Air France das causas materiais e físicas será julgado por um grupo de pessoas que definirá as penalidades. Mas, e as leis divinas? Vamos voltar um pouco no tempo exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), onde ocorreu um incêndio que atingiu proporções devastadoras num circo lotado de crianças, jovens, adultos e velhos que em poucos minutos centenas de pessoas foram queimadas, asfixiadas pela fumaça, pisoteadas pela multidão em desespero. Para quem acredita em “comunicações”, ou seja, o telefone toca de lá para cá, há um minucioso esclarecimento de Humberto de Campos, livro “Cartas e crônicas”, editora FEB, cap.6 que, no ano 177, em Lião, França, improvisara-se grande circo. Era a época do imperador Marco Aurélio, onde todos que eram adeptos ao Nazareno junto com cavalos foram jogados na arena molhada com resinas de óleo para serem incinerados ou pisoteados pela fúria dos cavalos. O número é impressionante, mais de vinte mil foram mortos nestas festividades de finais de semana. Diz o cronista que esta do outro lado do mundo, que a Justiça divina através da reencarnação reaproximou os responsáveis nesta tragédia do circo. Portanto caro internauta, há diversas histórias documentadas entre os séculos XI e XIII de guerras cruéis contra os cristãos chacinados. Por outro lado, vamos raciocinar; se participamos no passado das tragédias em massa como seria nossa reaproximação num vôo, navio, incêndio, trem, carro se não saio de minha casa? Somente no futuro próximo quando estaremos do outro lado do telefone saberemos essa resposta. Portanto caro amigo(a), reparação já. O arrependimento agora abre espaço para a reabilitação. Ainda há tempo. Lembre-se: A cada um segundo suas obras. De: Doni - 13/06/2009

Desencarnes em Massa

DESENCARNES EM MASSA - TRAGÉDIAS COLETIVAS

 
Para melhor entendermos a questão das expiações coletivas, esclarece o Espírito Clélia Duplantier, em Obras Póstumas, que é preciso ver o homem sob três aspectos: o indivíduo, o membro da família e, finalmente, o cidadão. Sob cada um desses aspectos ele pode ser criminoso ou virtuoso. Em razão disso, existem as faltas do indivíduo, as da família e as da nação. Cada uma dessas faltas, qualquer que seja o aspecto, pode ser reparada pela aplicação da mesma lei. A reparação dos erros praticados por uma família ou por certo número de pessoas é também solidária, isto é, os mesmos espíritos que erraram juntos reúnem-se para reparar suas faltas. A lei de ação e reação, nesse caso, que age sobre o indivíduo, é a mesma que age sobre a família, a nação, as raças, enfim, o conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Tal reparação se dá porque a alma, quando retorna ao Mundo Espiritual, conscientizada da responsabilidade própria faz o levantamento dos seus débitos passados e, por isso mesmo, roga os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. Segundo Emmanuel, nós “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as conseqüências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida”. Tais apontamentos foram feitos ao final do capítulo intitulado “Desencarnações Coletivas”, no livro Chico Xavier Pede Licença, quando o benfeitor espiritual responde por que Deus permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios. TERREMOTOS Imaginemos guerreiros do passado que destruíram cidades, arrasaram lares, matando mulheres e crianças sob os escombros de suas casas, fazendo milhares de vítimas. É lógico que os espíritos desses guerreiros, ao reencarnarem na Terra em novos corpos, atraídos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, se reúnem em determinadas circunstâncias, e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem. ACIDENTES DE AVIÃO O espírito André Luiz, no capítulo 18 do Livro Ação e Reação, psicografado por Chico Xavier, esclarece que piratas que afundaram e saquearam criminosamente embarcações indefesas no dorso do mar, ceifando inúmeras vidas, agora encarnados em outros corpos, morrem coletivamente nos acidentes aviatórios. TRAGÉDIA DO CIRCO No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, em comovedora tragédia num circo, a justiça da lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em diversas posições da idade física para a dolorosa expiação, conforme relata o Espírito Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier, no livro Crônicas de Além Túmulo. Os que morreram no século XX no circo de Niterói foram os mesmos que, no ano de 177 de nossa era, queimaram cerca de mil crianças e mulheres cristãs numa arena de um circo na Gália, região da França, na época do Império Romano. OUTRAS CAUSAS Ainda na mensagem “Desencarnações Coletivas”, o benfeitor espiritual Emmanuel esclarece outros motivos para as mortes que se verificam coletivamente. Diz ele: “Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos. Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pediram a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras. Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas. Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”. Diz Allan Kardec, nos comentários da questão 738 de O Livro dos Espíritos, que “venha por um flagelo à morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo”. E finalmente, segundo esclareceram os Espíritos Superiores a Allan Kardec, na resposta à questão 740 de O Livro dos Espíritos, “os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo”. Enquanto acreditamos que o tempo nos pertence, muitas vezes, caímos presas de cipoais de sombra, mas, quando compreendemos que o tempo é de Deus, o nosso retorno à paz se concretiza em abençoada recuperação de nós mesmos para o amor que tudo regenera e tudo santifica. (Aparecida - Francisco Cândido Xavier) "Comandos do Amor", de Francisco Cândido Xavier Espíritos Diversos. Tragédias coletivas: por quê? Suely Caldas Schubert A dolorosa ocorrência da queda do avião da TAM, que ia de São Paulo para o Rio, causando a morte de quase cem pessoas, traz novamente, de forma mais intensa e angustiosa a pergunta: por quê? Por que acontecem essas tragédias coletivas? Outras indagações acorrem à mente: por que alguns foram salvos, desistindo da viagem ou chegando atrasados ao aeroporto? Por que alguns foram poupados e outros receberam o impacto da queda do avião em suas casas ou na rua? Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de conseqüência, consolam os corações humanos. Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel, pois desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito. Ante tragédias como essa mais recente, ou como outras de triste memória: o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo; o incêndio no circo em Niterói; outros desastres de avião; terremotos; inundações; enfim, diante desses dramáticos episódios a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade. Chega-se ao ponto de comparar-se o Criador a um pai terreno e, nesse confronto, este sair ganhando pois zela pelos seus filhos e quer o melhor para eles, enquanto que Deus... O Codificador do Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 737 a 741, que recomendamos ao atencioso leitor. Nos últimos tempos a Espiritualidade Amiga tem-se pronunciado a respeito das provações coletivas, conforme comentaremos a seguir. Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorre espantosa tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e domadores com os animais. Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero. Essa dramática ocorrência, que comoveu o povo brasileiro, motivou a Espiritualidade Maior a trazer minucioso esclarecimento, conforme narrativa do Espírito Humberto de Campos, inserida no livro "Cartas e Crônicas" (ed. FEB), cap. 6. Narra o querido cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos. Por isto a matança destes era constante e terrível. Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados. Inventavam-se novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas. Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador. As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos. Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: -"Cristãos às feras!" Todos aplaudiram a idéia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo. Todos gargalhavam imaginando a cena. O plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria. Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia do circo, em Niterói. Outra tragédia também mereceu dos Benfeitores Espirituais vários esclarecimentos. Por ocasião do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido no dia lº de fevereiro de 1974, o médium Francisco Cândido Xavier, em seu lar, em Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores Espirituais para as vitimas . Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro "Diálogo dos Vivos".* Dias depois, em reunião pública, na qual estavam presentes alguns familiares de vítimas do incêndio do Joelma, os poetas Cyro Costa e Cornélio Pires (Espíritos) manifestaram-se pela psicografia, ditando ao médium sonetos referentes à tragédia. O soneto de Cyro Costa traz uma dedicatória e o transcrevemos, tal como está, no citado livro "Diálogo dos Vivos" (cap. 26, pág. 150). Luz nas chamas Cyro Costa (Homenagem aos companheiros desencarnados no incêndio ocorrido na capital de São Paulo a 1º de fevereiro de 1974, em resgate dos derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas.) Fogo!... Amplia-se a voz no assombro em que se espalha. Gritos, alterações... O tumulto domina. No templo do progresso, em garbos de oficina, O coração se agita, a vida se estraçalha. Tanto fogo a luzir é mística fornalha E a presença da dor reflete a lei divina. Onde a fé se mantém, a prece descortina O passado remoto em longínqua batalha... Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras Combatentes da Cruz em provações austeras, Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos. Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória... Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória Das Milícias do Céu saudando os redimidos. Tecendo comentários sobre o soneto de Cyro Costa, Herculano Pires (no livro retrocitado), pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica. Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas. Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã. Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. Tal como o do circo em Niterói. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida, pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez. Vejamos agora o outro soneto (cap. 27, pág. 155): Incêndio em São Paulo CORNÉLIO PIRES Céu de São Paulo... O dia recomeça... O povo bom na rua lida e passa... Nisso, aparece um rolo de fumaça E o fogo para cima se arremessa. A morte inesperada age possessa, E enquanto ruge, espanca ou despedaça, A Terra unida ao Céu a que se enlaça É salvação e amor, servindo à pressa... A cidade magoada e enternecida É socorro chorando a despedida, Trazendo o coração triste e deserto... Mas vejo, em prece, além do povo aflito, Braços de amor que chegam do Infinito E caminhos de luz no céu aberto... A idéia de que um ente querido tenha cometido crimes tão bárbaros às vezes não é bem aceita e muitos se revoltam diante dessas explicações, mas, conhecendo-se um pouco mais acerca do estágio evolutivo da Humanidade terrestre e do quanto é passageira e impermanente a vida humana, a compreensão se amplia e aceitam-se de forma mais resignada os desígnios do Criador. Por outro lado, que outra explicação atenderia melhor às nossas angustiosas indagações? Estas orientações do Plano Maior sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado. A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em comprometimentos graves. A culpa, insculpida na consciência, promove a necessidade da reparação. O Codificador leciona de forma admirável a respeito das expiações, em "O Céu e o Inferno" (Ed. FEB), cap. 7 - As penas futuras segundo o Espiritismo. Esclarece que "o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem". Assim - expressa Kardec -, as condições para apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: arrependimento, expiação e reparação. "O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Este o notável Código penal da vida futura, que tem 33 itens e que apresenta no último o seguinte resumo, em três princípios: lº O sofrimento é inerente à imperfeição. 2º Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo. 3º Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a felicidade futura. A “cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina.” * XAVIER, Francisco Cândido e PIRES, J. Herculano. Espíritos Diversos, cap. 25, p. 145, 1ª ed. da GEEM, São Bernardo do Campo (SP) - 1974. (Transcrita na página seguinte.)