O BOM PASTOR

O BOM PASTOR
“Eu sou o Bom Pastor.. O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas”.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

MARIA NO PLANO ESPIRITUAL

Há diversas mensagens e descrições sobre as obras de Maria no plano espiritual relatadas em obras psicografadas por Chico Xavier e Yvone A. Pereira. Existem citações importantes a respeito dos trabalhos sublimes realizados junto aos sofredores e oprimidos nas esferas umbralinas. O livro Ação e Reação, ditado por André Luiz, mostra o poder da prece à Maria que diz: “Mãe Santíssima! Anjo Tutelar dos náufragos da Terra, compadece-te de nós e estende-nos tuas mãos doces e puras!... Sabemos que o teu coração compassivo é luz para os que tresmalham nas sombras do crime e amor para todos os que mergulham nos abismos do ódio... Mãe, atende-nos! Estrela de nossa vida, arranca-nos da escuridão do vale da morte! ...”. Mais adiante nas páginas 155-158, André Luiz descreve a sua visita ao santuário Mansão da Esperança, situada em regiões de extrema dor no Plano Espiritual. O livro Memórias de um Suicida psicografado pela médium Yvone A. Pereira, pelo espírito de Camilo Cândido Botelho (cognome do suicida e escritor português Camilo Castelo Branco), descreve a tarefa da Legião dos Servos de Maria na ajuda aos suicidas. Vejamos alguns trechos das descrições citadas na obra através de Camilo, espírito em sofrimento na época: “Imaginais uma assembléia numerosa de criaturas disformes – homens e mulheres – caracterizada pela alucinação de cada uma, correspondente a casos íntimos, trajando, todos, vestes como que empastadas do lodo das sepulturas, com feições alteradas e doloridas estampando os estigmas de sofrimento cruciantes! Imaginai uma localidade, uma povoação envolvida em densos véus de penumbras, gélida e asfixiantes, onde se aglomerassem habitantes de além-túmulo abatidos pelo suicídio, ostentando,cada um, o ferrete infame do gênero de morte escolhido no intento de ludibriar a Lei Divina – que lhes concedera a vida corporal terrena como precioso ensejo de progresso, inavaliável instrumento para a permissão de faltas gravosas do pretérito!... Porém, mesmo em lugar tão terrível, a misericórdia de Deus se manifesta: periodicamente, singular caravana visita esse antro de sombras. Vinha à procura daqueles dentre nós cujos fluidos vitais arrefecidos pela desintegração completa da matéria, permitissem locomoção para as camadas do invisível intermediário, ou de transição. Supúnhamos tratar-se, a caravana, de um grupo de homens. Mas na realidade eram espíritos que estendiam a fraternidade... Senhoras faziam parte dessa caravana – Legião dos Servos de Maria. Entravam aqui e ali, pelo interior das cavernas habitadas, examinando seus ocupantes. Curvavam-se, cheias de piedade, junto das sarjetas, levando aqui e acolá algum desgraçado tombado sob o excesso de sofrimento; retiravam os que apresentassem condições de poderem ser socorridos e colocavam-se em macas conduzidas por varões que se diriam serviçais ou aprendizes”. O HOSPITAL DE MARIA DE NAZARÉ Passaram-se os anos e finalmente Camilo tem condições de ser socorrido e é transferido para o hospital Maria de Nazaré. Vejamos o que ele nos narra: “Depois de algum tempo de marcha, durante o qual tínhamos a impressão de estar vencendo grandes distâncias, vimos que foram descerradas as persianas, facultando-nos possibilidade de distinguir no horizonte ainda afastado, severo conjunto de muralhas fortificadas, enquanto pesada fortaleza se elevava impondo respeitabilidade e temor na solidão de que se cercava... Edifícios soberbos impunham-se à apreciação, apresentando o formoso estilo português clássico, que tanto nos falava à alma. Indivíduos atarefados, neles entravam e deles saiam em afanosa movimentação, todos uniformizados com longos aventais brancos, ostentando ao peito a cruz azul-celeste ladeada pelas iniciais: L.S.M. Dir-se-iam edifícios, ministérios públicos ou departamentos. Casas residenciais alinhavam-se, graciosas e evocativas nas sua estilização nobre e superior, traçando ruas artísticas que se entendiam laqueadas de branco, como que asfaltadas de neve. À frente de um daqueles edifícios parou o comboio e fomos convidados a descer. Sobre o pórtico definia-se sua finalidade em letras visíveis: Departamento de Vigilância. Tratava-se da sede do Departamento onde seríamos reconhecidos e matriculados pela direção, como internos da Colônia. Daquele momento em diante estaríamos sob a tutela direta de uma das mais importantes agremiações pertencentes à Legião chefiada pelo grande Espírito Maria de Nazaré, ser angélico e sublime que na Terra mereceu a missão honrosa se seguir, como solicitudes maternais. Aquele que foi o redentor dos homens!... A um e outro destacavam-se outras em que setas indicavam o início de novos trajetos, enquanto novas inscrições satisfaziam a curiosidade ou necessidade do viajante: À direita - Manicômio, À esquerda – Isolamento. Ao contrário das demais dependências hospitalares, como o isolamento e o Manicômio, o Hospital Maria de Nazaré, ou “Hospital Matriz”, não se rodeava de qualquer barreira. Apenas árvores frondosas, tabuleiros de açucenas e rosas teciam-lhe graciosas muralhas...”. A MANSÃO DA ESPERANÇA A Legião dos Servos de Maria mantém também no plano espiritual outras instituições, em clima vibratório mais ameno. Uma dessas instituições é a Mansão da Esperança. Camilo diz, 'Não me permitirei à tentativa de descrever o encanto que se irradiava desse bairro onde as cúpulas e torres dos edifícios dir-se-iam filigranas lucidando discretamente, como que orvalhadas, e sobre as quais os raios do Astro Rei, projetados, em conjunto com evaporações de gases sublimados, emprestavam tonalidades de efeitos cuja beleza nada sei a que possa comparar!' Emocionados, detivemo-nos diante das escolas que deveríamos cursar. Em tudo, porém, desenhava-se augusta superioridade, desprendendo sugestões grandiosas, inconcebíveis ao homem encarnado. Aqui e ali, pelos parques que bordavam a cidade, deparávamos turmas de alunos ouvindo seus mestres sob a poesia dulcíssima de arvoredos frondosos, atentos e inebriados como outrora teriam sido, na Terra, os discípulos de Sócrates ou de Platão, sob o farfalhar dos plátanos de Atenas; os iniciados de Pitágoras e os desgraçados da Galiléia e da Judéia, os sofredores de Cafarnaum ou Genesaré, embevecidos ante a intraduzível magia da palavra messiânica! LIVRO: AÇÃO E REAÇÃO - ANDRÉ LUIZ/ CHICO XAVIER MEMÓRIAS DE UM SUICIDA - YVONE DO AMARAL PEREIRA

RETRATO DE MÃE

Em belíssima e comovente poesia, intitulada "Retrato de Mãe", Maria Dolores descreve a assistência maternal e efetiva prestada pelo Espírito de Maria a Judas, que se encontrava em região umbralina, cego e solitário, muito tempo depois da crucificação do Mestre. No final do diálogo com o discípulo suicida, em grande sofrimento preso a terrível remorso, a Benfeitora convence-o argumentando com profundo amor: "Amo-te, filho meu, amo-te e quero Ver-te, de novo, a vida Maravilhosamente revestida De paz e luz, de fé e elevação... Virás comigo à Terra, Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento, Terás o coração Nas águas de bendito esquecimento, Numa nova existência de esperança, Levar-te-ei comigo A remansoso abrigo, Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!... E Judas, neste instante, Como quem olvidasse a própria dor gigante ou como quem se desagarra De pesadelo atroz, Perguntou: - quem sois vós Que me falais assim, sabendo-me traidor? Sois divina divina, irradiando amor Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?! No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente, Respondeu simplesmente: - Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus." CHICO XAVIER PELO ESPÍRITO DE MARIA DOLORES LIVRO: MARIA MÃE DE JESUS

RETRATO DE MARIA

Algum tempo após tomarmos conhecimento de um novo quadro de Maria, a Mãe de Jesus, divulgado num programa daTV Record, de São Paulo, com a presença de Francisco Cândido Xavier, procuramos esse médium amigo para colher dele maiores esclarecimentos sobre a origem do mesmo. Contou-nos, então, Chico Xavier, no final da reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, na noite de 1º de dezembro de 1984, que com vistas às homenagens do Dia das Mães de 1984, o Espírito ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. Esse trabalho artístico foi sendo realizado aos poucos, desde meados de 1983, com retoques sucessivos realizados pela grande habilidade de Vicente, em mais de vinte contatos com médium mineiro, na Capital paulista. Em nossa rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas às esferas espirituais mais próximas e pertubadas da crista terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvone A. Pereira. E, ao final do diálogo fraterno, atendendo nosso pedido, Chico forneceu-nos o endereço do fotógrafo-artista, para que pudéssemos entrevistá-lo oportunamente, podendo assim registrar mais algum detalhe do belo trabalho realizado. De fato, meses após essa entrevista, tivemos o prazer de conhecer o sr. Vicente Avela, em seu próprio ateliê, há 30 anos localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 343, 2º andar, na Capital paulista, onde nos recebeu atenciosamente. Confirmando as informações do médium de Uberaba ele apenas destacou que, de fato, não houve pintura e sim um trabalho basicamente fotográfico, fruto de retoques num retrato falado inicial, tudo sob a orientação mediúnica de Chico Xavier. Quando o sr. Vicente concluiu a tarefa, com a arte final em pequena foto branco-e-preto, ele a amplicou bastante e coloriu-a com tinta a óleo (trabalho em que é perito, com experiência adquirida na época em que não havia filmes coloridos e as fotos em preto-e-branco eram coloridas a mão.), dando origem à tela que foi divulgada. Nesse encontro fraterno, também conhecemos o lindo quadro original à vista emparede de seu escritório, e ao despedirmo-nos, reconhecidos pela atenção, o parabenizamos por esse árduo e excelente trabalho, representando mais uma notícia da vida espiritual de Maria de Nazaré, que continua amparando com imenso amor maternal a Humanidade inteira.A foto acima foi o retrato mediúnico do qual falamos. Bibliografia: Anuário Espírita 1986 - Instituto de Difusão Espírita - IDE

MARIA DE NAZARÉ

“Falar de uma personalidade da excelsitude de Maria de Nazaré é buscar o inconcebível para quem mora na faixa ainda dominada pelas sombras. Maria, mãe de Jesus, é um Espírito de pureza lirial, vindo de planos altamente iluminados, para receber e ter em sua companhia o Espírito mais evoluído que pisou o solo terreno, portador das mensagens de Deus para os homens – O Evangelho – código divino já nas mãos dos homens, que deve ser vivido para que a humanidade se liberte dos sofrimentos, libertando-se da ignorância.” Antes de reencarnar, Maria de Nazaré era Sophia, espírito de alta hierarquia, que se integrou em um engenhoso trabalho de esclarecimento espiritual a criaturas ainda envolvidas na ignorância, espíritos retardatários, nos quais o ódio e a vingança petrificaram os corações, manifestando o orgulho violento, sem que desenvolvessem o amor e a caridade. Além de ser assistida por inúmeros luminares da espiritualidade maior, era seguida de perto por um deles cujo destino estava traçado para vir a ser o grande discípulo que o amor fez auscultar o coração do Cristo. Sophia isolara-se, de certa forma, de seus futuros genitores, para que pudesse trabalhar na crosta, em todas as frentes em que o amor pudesse sensibilizar os corações. Estava assessorada por grande falange de benfeitores da espiritualidade superior, que tinham muito interesse na limpeza espiritual da Palestina e, principalmente de Nazaré, no afã de assentarem as bases da sua nave divina, para o divino concerto da harmonia dos povos. A falange tomava todos os cuidados referentes àquela que iria figurar como mãe do Meigo Cordeiro de Deus e um trabalho tinha de ser feito: desagregar agrupamentos de espíritos inferiores em várias regiões do Oriente (todos eles orientados por entidades capazes de perturbar a harmonia) onde o Mestre haveria de descer com a maior corte espiritual até então prometida, para visitar e instruir a humanidade. Nasce Sophia… espírito angelical abre os olhos no mundo terreno, onde seria filha de Ana e Eli, veio por convite e pela força do amor à humanidade e, acima de tudo, pelo prazer indizível de servir de canal para a chegada do Pastor Inconfundível de todos os povos, que decidiu vir pessoalmente encontrar-se com o seu rebanho e conduzí-lo pelos caminhos nos quais há paz e amor. Maria de Nazaré, alma que se dispôs a compartilhar da tarefa de iluminar as criaturas, também pela presença física, foi joia preciosa do berço ao túmulo, que não agrediu a pessoa alguma, não humilhou os companheiros, não perdeu tempo com reclamações, não violentou o direito dos outros, não saiu do caminho da ordem, nada pediu para si e nunca disse “não” quando o coração queria ajudar, era uma estrela na Terra, que brilhava sem exigências. Para sua descida à Terra, Maria estagiou nos vários planos da evolução espiritual, para assumir um corpo físico que lhe permitisse ser a condutora da Luz que iluminaria o mundo. Cumprida a sublime missão de favorecer a instauração de uma nova era para a humanidade, regressa a ambientes condizentes com a sua magnitude de estrela que, conduzida pela vontade do Criador dos mundos, vivendo na vigência plena de Suas leis, dirige a sua luz própria na direção dos corações que já se conscientizaram de que o progresso é vontade divina, nas dobras da evolução de tudo o que foi criado. Para melhor cumprir o mandato divino que lhe fora outorgado pelo Senhor da Vida, solicitou aos planejadores da sublime missão a anulação de todos os títulos de nobreza espiritual que conquistara em multimilenária campanha – no que foi atendida – na retomada ascensional do trajeto de volta os foi recolhendo, sendo acrescentado, ao seu já rico acervo espiritual, mais um título grafado em letras de luz, concedido por Deus e entregue pelas mãos iluminadas Daquele a quem ela favorecera com a sua aquiescência e com a humildade que caracteriza os grandes espíritos. Por sua ação, cumpriram-se as profecias sobre a vinda do Messias de Deus que, por sua vez, deixa para a posteridade a promessa – já cumprida – de que enviaria outro Consolador, que ficaria para sempre com os homens. Hoje, passados mais de dois mil anos, é que começamos a entender a importante missão deste espírito luminar que se chamou MARIA, a quem a nossa pequenez espiritual convencionou chamar de Mãe Santíssima e que, piedosamente, aceitou o título, favorecendo-nos ainda com a sua presença maternal junto aos aflitos que, inconformados com a indigência espiritual em que se identificam, buscam o consolo que lhes favoreça a evolução. Extraído do livro: Maria de Nazaré / Psicografado por João Nunes Maia através do espírito Miramez.

PRECE DE MARIA DE NAZARÉ ANTES DE ENCARNAR NO MUNDO DAS FORMAS

. Senhor, Pai de todas as coisas, também sou criação do vosso amor e existo como ser pensante que sente e tem vontade, desejando ao próximo àquilo que busco para o meu próprio conforto. Quando fui chamada para os trabalhos que devo desempenhar no mundo das formas – o que vou fazer tomada de alegria – não sintonizei com o estado de sofrimento por que passa a humanidade, como nesta região em que ora estamos. Sabemos Senhor, que a vossa paciência e o vosso amor são, verdadeiramente, sem limites; e aprendemos, por processos que por vezes escapam ao nosso entendimento, que a vossa justiça é soberanamente grandiosa. As vossas leis ainda vibram em pleno segredo; no entanto, temos a certeza de que são justas. Isso nos alegra e nos conforta nos dá o interesse de trabalhar para um mundo melhor, de reunir todos os companheiros, ajustando os nossos sentimentos e afinando as nossas faculdades, para que o ambiente da Terra seja propício à fecundação das sementes do bem, porque elas duram eternamente, na eternidade da vida conosco! A ignorância não deixa que os homens percebam a verdade e a empana na visão dos Espíritos Inferiores, que desconhece o quanto se trabalha em favor dos que sofrem e clamam por justiça, o quanto se trabalha por aqueles que fazem os outros sofrerem, servindo de instrumento do orgulho, da vaidade, da prepotência e do egoísmo. De que vale, meu Senhor, ter assento no trono da Babilônia, ser um imperador de Roma ou um grande rabino em Jerusalém, por instantes, diante da eternidade, se usamos mal as nossas faculdades de pensar e agir? Não podemos fugir da nossa consciência, tribunal implacável dentro de nós, que nos cobra tudo que fizermos de mal ao nosso próximo. Entretanto, graças a vós, Senhor, ela nos dá conforto e paz quando respeitamos as leis que nos regem a todos, quando respeitamos os direitos dos outros. Aqui estamos meu Deus, único e poderoso Deus de todos os mundos, pedindo-vos que nos ajudeis nos momentos difíceis e necessários para a vinda daquele que é o caminho e a própria vida. Vamos descer para as zonas inferiores, onde os nossos irmãos laboram contra eles mesmos, criando problemas para os seus próprios caminhos e fazendo padecer muitas almas que desconhecem os seus verdadeiros estados espirituais. Pedimos aos céus que nos ouçam nesse nosso empenho de sermos úteis, mesmo entre os que não desejam ser ajudados. Estamos objetivando um trabalho amplo, para preparar as veredas para o vosso filho maior, o nosso Pastor, que não se confunde entre todas as criaturas do vosso amor. Maria de Nazaré Livro: Maria de Nazaré (Miramez)

MARIA MÃE DE JESUS

A RAINHA DOS ANJOS A alvorada desdobrava o seu formoso leque de luz quando aquela alma eleita se elevou da Terra, onde tantas vezes chorara de júbilo, de saudade e de esperança. Não mais via seu filho bem-amado, que certamente a esperaria, com as boas-vindas, no seu reino de amor; mas, extensas multidões de entidades angélicas a cercavam cantando hinos de glorificação. Experimentando a sensação de se estar afastando do mundo, desejou rever a Galiléia com os seus sítios preteridos. Bastou a manifestação de sua vontade para que a conduzissem à região do lago de Genesaré, de maravilhosa beleza. Reviu todos os quadros do apostolado de seu filho e, só agora, observando do alto a paisagem, notava que o Tiberíades, em seus contornos suaves, apresentava a forma quase perfeita de um alaúde. Lembrou-se, então, de que naquele instrumento da Natureza Jesus cantara o mais belo poema de vida e amor, em homenagem a Deus e à humanidade. Aquelas águas mansas, filhas do Jordão marulhoso e calmo, haviam sido as cordas sonoras do cântico evangélico. Dulcíssimas alegrias lhe invadiam o coração e já a caravana espiritual se dispunha a partir, quando Maria se lembrou dos discípulos perseguidos pela crueldade do mundo e desejou abraçar os que ficariam no vale das sombras, à espera das claridades definitivas do Reino de Deus. Emitindo esse pensamento, imprimiu novo impulso ás multidões espirituais que a seguiam de perto. Em poucos instantes, seu olhar divisava uma cidade soberba e maravilhosa, espalhada sobre colinas enfeitadas de carros e monumentos que lhe provocavam assombro. Os mármores mais ricos esplendiam nas magnificentes vias públicas, onde as liteiras patrícias passavam sem cessar, exibindo pedrarias e peles, sustentadas por misérrimos escravos. Mais alguns momentos e seu olhar descobria outra multidão guardada a ferros em escuros calabouços. Penetrou os sombrios cárceres do Esquilino, onde centenas de rostos amargurados retratavam padecimentos atrozes. Os condenados experimentaram no coração um consolo desconhecido. Maria se aproximou de um a um, participou de suas angústias e orou com as suas preces, cheias de sofrimento e confiança. Sentiu-se mãe daquela assembléia de torturados pela injustiça do mundo. Espalhou a caridade misericordiosa de seu espírito entre aquelas fisionomias pálidas e tristes. Eram anciães que confiavam no Cristo, mulheres que por ele haviam desprezado conforto do lar, jovens que depunham no Evangelho do Reino toda a sua esperança. Maria aliviou-lhes o co­ração e, antes de partir, sinceramente desejou deixar-lhes nos espíritos abatidos uma lembrança perene. Que possuía para lhes dar? Deveria suplicar a Deus para eles a liberdade?! Mas, Jesus ensinara que com ele todo jugo é suave e todo tardo seria leve, parecendo-lhe melhor a escravidão com Deus do que a falsa liberdade nos desvãos do mundo. Recordou que seu filho deixara a força da oração como um poder incontrastável entre os discípulos amados. Então, rogou ao Céu que lhe desse a possibilidade de deixar entre os cristãos oprimidos a força da alegria. Foi quando, aproximando-se de uma jovem encarcerada, de rosto descarnado e macilento, lhe disse ao ouvido: — “Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo!... Convertamos as nossas dores da Terra em alegrias para o Céu!..” A triste prisioneira nunca saberia compreender o porquê da emotividade que lhe fez vibrar subitamente o coração. De olhos extáticos, contemplando o firma­mento luminoso, através das grades poderosas, ignorando a razão de sua alegria, cantou um hino de profundo e enternecido amor a Jesus, em que traduzia a sua gratidão pelas dores que lhe eram enviadas, transformando todas as suas amarguras em consoladoras rimas de júbilo e esperança. Daí a instantes, seu canto melodioso era acompanhado pelas centenas de vozes dos que choravam no cárcere, aguardando o glorioso testemunho. Logo, a caravana majestosa conduziu ao Reino do Mestre a bendita entre as mulheres e, desde esse dia, nos tormentos mais duros, os discípulos de Jesus têm cantado na Terra, exprimindo o seu bom ânimo e a sua alegria, guardando a suave herança de nossa Mãe Santíssima. Por essa razão, irmãos meus, quando ouvirdes o cântico nos templos das diversas famílias religiosas do Cristianismo, não vos esqueçais de fazer no coração um brando silêncio, para que a Rosa Mística de Nazaré espalhe aí o seu perfume! Fonte: IN LIVRO: “MARIA" - Cap.30 Autor Espititual: Humberto de Campos Psicografada por: Médium: Francisco Cândido Xavier

domingo, 27 de janeiro de 2013

RESGATE COLETIVO III
A jovem Baya Bakari, de 14 anos, foi a única sobrevivente do Airbus A310, da empresa Yemenia Air, que caiu no Oceano Índico, pouco antes do pouso nas Ilhas Comores, com 153 pessoas a bordo. Temos notícia de outros acidentes aéreos que tiveram, também, um único sobrevivente, a exemplo de Vesna Vulovic, aeromoça sérvia, que, no momento em que a aeronave sobrevoava a ex-Tchecoslováquia, resistiu à explosão, supostamente, causada por atentado terrorista, em janeiro de 1972. (1) Dias antes, na véspera do Natal de 1971, um avião de passageiros, também, explodiu, depois de ser atingido por um raio, ao sobrevoar a Amazônia peruana. Todos morreram, à exceção da jovem Juliane Koepcke, de 17 anos, que caiu de uma altitude de 3 mil metros, aproximadamente, ainda presa ao seu cinto de segurança. (2) História semelhante é a de George Lamson Jr, que tinha 17 anos, quando sobreviveu à queda do Lockheed L-188, Electra da Galaxy Airlines, matando outras 70 pessoas a bordo, em janeiro de 1985. Os episódios de sobreviventes nessas circunstâncias incluem o de uma criança, de quatro anos, que escapou da queda do voo 255, da Northwest Airlines, em agosto de 1987, em que mais de 150 pessoas morreram no acidente, segundo os organizadores de um memorial pelas vítimas da catástrofe. Em 1995, uma menina, de nove anos, foi a única sobrevivente da explosão, em pleno ar, de um avião, na Colômbia. Em 1997, um menino tailandês escapou de um acidente, que matou 65 pessoas, durante um voo da Vietnam Airlines. Em 2003, uma criança, de três anos, foi a única sobrevivente de um acidente aéreo, no Sudão, que matou 116 pessoas. Lamentemos, sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma, pois nada acontece sem que Deus consinta. Esses fatos nos remetem a refletir sobre as idéias dos cientistas materialistas que creem que a sobrevivência “não é uma questão de destino”, pois mais de 90% dos acidentes aéreos têm sobreviventes, hoje em dia, graças aos “avanços tecnológicos” (!!!...). Mas, a justificativa de “avanços tecnológicos” não explica as causas de uns morrerem e outros sobreviverem na mesma cena trágica. Como se processa a convocação de encarnados para uma desencarnação coletiva? Qual a explicação espiritual para o fato de pessoas saírem ilesas das catástrofes, algumas, até mesmo, desistindo da viagem ou, então, perdendo o embarque, em transportes a serem acidentados? As respostas são baseadas nas premissas de que o acaso não pode reger fenômenos inteligentes e na certeza da infalibilidade da Lei Divina, agindo por conta de espíritos prepostos, sob a subordinação das entidades superiores. “A cada um será dado segundo as suas obras”. Ensinam os espíritos, mediante comparação simples, mas de forma altamente significativa, que justiça sem amor é como terra sem água. O pensamento da espiritualidade superior sobre o tema significa que a justiça é perfeita, porque Deus a fez assistida pelo amor, para que os endividados não sejam aniquilados. A Doutrina dos Espíritos, embasada em O Livro dos Espíritos, não respalda a idéia de fatalidade, tratando especificamente do assunto, merecendo, por isso, leitura e reflexão. (3) Então, qual a finalidade desses acidentes que causam a morte conjunta de várias pessoas? Como a Justiça Divina pode ser percebida nessas situações? Por que algumas pessoas escapam, como vimos acima? Lembrando que fatalidade, destino e azar são palavras sempre citadas em situações como essas, vejamos como os Espíritos nos esclarecem: “Fatalidade”, “Destino” e “Azar” são palavras que não combinam com a Doutrina Espírita, da mesma forma a palavra “sorte”, usada para aqueles que escapam desse tipo de situação. Que conceitos estão por trás dessas palavras? O Livro dos Espíritos explica, dentre outras informações a respeito, que “a fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; feita a escolha, ele traça, para si mesmo, uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra. Em verdade, “fatal”, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podemos fugir”. (4) Em chegando a hora de retornar ao Plano Espiritual, nada nos livrará e, inconscientemente, guardamos em nós o gênero de morte que nos aguarda, pois isso nos foi revelado quando fizemos a escolha desta ou daquela existência. Não nos esqueçamos de que somente os acontecimentos importantes, e capazes de influir nossa evolução moral, são previstos por Deus, porque são úteis à nossa purificação e à nossa instrução. Nas mortes coletivas, como os casos tão dramáticos ocorridos nos recentes desastres aéreos, somente encontraremos uma justificativa lógica para os respectivos acontecimentos, se analisarmos, atentamente, as explicações que só a Doutrina Espírita nos fornece, para confirmar que, até mesmo nesses DESASTRES, a Lei de Justiça se faz presente, pois, como nos afirma o Codificador, não há efeito sem que haja uma causa que o justifique. Todos os nossos irmãos que pereceram, em desastres aéreos, carregavam, na alma, motivos para se ajustarem com a Lei Maior, a fim de quitar seus débitos com a Justiça Divina, que não falha jamais, encontrando, aí, a oportunidade sublime do resgate libertador. “Salvo exceção, pode-se admitir, como regra geral, que todos aqueles que têm um compromisso em comum, reunidos numa existência, já viveram juntos para trabalharem pelo mesmo resultado, e se acharão reunidos ainda no futuro, até que tenham alcançado o objetivo, quer dizer, expiado o passado, ou cumprido a missão aceita”. (5) Vamos encontrar em o livro Chico Xavier Pede Licença, no capítulo 19, intitulado “Desencarnações Coletivas”, as sábias explicações para o fenômeno das mortes coletivas, quando o benfeitor Emmanuel responde pergunta endereçada a ele, por algumas dezenas de pessoas, em reunião pública, realizada na noite de 22/08/1972, em Uberaba, MG, e que aqui transcrevemos: “Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios (e de quedas de aeronaves)? Responde Emmanuel -” Realmente, reconhecemos em Deus o Perfeito Amor, aliado à Justiça Perfeita. “E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio”. (6) Como se processa a provação coletiva [resgate]? O mentor do Chico esclarece: “Na provação coletiva, verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona, então, espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas da dívida do pretérito para os resgates em comum, razão porque, muitas vezes, intitulais “doloroso caso” às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”. (7) Diante de tantos lúcidos esclarecimentos, não mais podemos ter quaisquer dúvidas de que a Justiça Divina exerce sua ação, exatamente, com todos aqueles que, em algum momento, contrariaram a harmonia da Lei de Amor e Caridade e, por isso mesmo, cedo ou tarde, defrontar-se-ão, inexoravelmente, com a Lei de Causa e Efeito, ou, se preferirem, com a máxima proferida pela sabedoria popular: “A semeadura é livre, mas, a colheita é obrigatória”. É importante destacar que, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o mestre lionês assinala: "Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento, porque se passa neste mundo, seja, necessariamente, o indício de uma determinada falta: trata-se, freqüentemente, de simples provas escolhidas pelo Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento”. (8). Diante do exposto, afirmamos que a função da dor é ampliar horizontes, para, realmente, vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio. Por isso, diante dos compromissos “cármicos”, em expiações coletivas ou individuais, lembremo-nos sempre de que a finalidade da Lei de Deus é a perfeição do Espírito, e que estamos, a cada dia, caminhando nessa direção, onde o nosso esforço pessoal e a busca da paz estarão agindo a nosso favor, minimizando, ao máximo, o peso dos débitos do ontem. Jorge Hessen http://jorgehessen.net jorgehessen@gmail.com Fontes: (1) Vesna, que recebeu um prêmio da organização Guinness World Records pela "mais alta queda do espaço sem paraquedas", despencou de mais de 10 mil metros de altitude junto com uma parte da fuselagem do avião, para cair nos montes nevados da hoje República Checa. (2) Acredita-se que os fortes ventos que sopravam de baixo para cima suavizaram a queda, fazendo o assento descer em espiral e não em queda livre. A adolescente alemã passou 11 dias vagando na selva, sem comida, em busca de civilização. (3) Kardec, Allan. O Livros dos Espiritos, RJ: ed Feb, 1999, questões 851 a 867, do Livro III, capítulo X (4) idem (5) Kardec, Allan. Obras Póstumas, RJ: Ed Feb, 1993, Segunda Parte, pág. 215, no Capítulo: Questões e problemas (6) Xavier F Candido / Pires j. Herculano. Chico Xavier pede Licença, no capítulo 19, “Desencarnações Coletivas”, SP: Ed GEEM, 1972 (7) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed Feb 1972, perg. 250 Segundo entrevista concedida por Divaldo Pereira Franco, para o programa “O Espiritismo Responde”, apresentadora Ivone Schuchuli, da cidade de Maringá, em 05 de abril de 2005. Programa O Espiritismo Responde: Foram quase 300 mil mortos no Tsunami. Trata-se de carma coletivo? Todas aquelas pessoas teriam que passar por aquela situação? Divaldo: Não necessariamente através de um Tsunami, de um terremoto, de uma erupção vulcânica. Allan Kardec teve ocasião de examinar essa problemática, quando em O Livro dos Espíritos ele estuda a Lei de Destruição. Periodicamente, esses cataclismos que varrem a Terra, que destroem milhares de vidas, primeiro, porque fazem parte do processo de transformação do nosso globo terrestre, constituído por placas tectônicas, que ainda encontram-se adaptando. Sendo o centro da Terra ainda de matéria liquefeita e de gases, é natural que aquelas partes já condensadas estejam com muitas falhas entre uma grande placa e outra. Foi lamentável e doloroso acompanhar essa morte coletiva. Mas ela estava dentro dos desígnios divinos, porque do ponto de vista espírita é secundária a maneira pela qual o indivíduo morre, seja durante uma gripe, uma parada cardíaca, um acidente, a morte é a mesma, ela é muito mais dolorosa para que fica, para quem acompanha. Estamos diante de um carma coletivo como outros tantos carmas, que periodicamente varrem a Terra a fim de despertar-nos para mudança da psicosfera do planeta. Se considerarmos o homem contemporâneo das estrelas e das micropartículas, veremos que muitas das suas atitudes são tão primitivas como a dos bárbaros das antigas florestas ou das tribos nômades que invadiram a Europa, os godos, os visigodos, os normandos, que salgavam a terra por onde passavam para que sequer a grama vingasse. Então, esses Espíritos reencarnam-se em grupos e são convidados, em grupos, para o resgate coletivo.